16.9.07

KITKAT KLUB





Um amigo do Brasil tinha me dito para assistir o musical "Cabaret" em DVD mas nunca me animei... mesmo sendo já um filme antigo (de 19720, o que é um ponto positivo, o tema "musical" SEMPRE necessita um pouco mais de inspiração.

Se for para escolher, acho que o formato funciona mais no teatro que no cinema.



A "calle" Corrientes, famosa até no Brasil por ser a "Broadway" argentina sempre me seduziu por sua cafonice antiga. Passar de taxi ali, a noite e ver todos os cartazes tem um charme decadente bem interessante.

Ontem eu e o Javy fomos assistir Cabaret. Sabia já que era uma das boas produções argentinas e o mais interessante foi saber que todo o teatro sofreu alterações drásticas de layout para receber o "KitKat Klub", o club dos anos 30 da Alemanha quase já em tempos de Guerra, onde se passa toda a história. Todas as poltronas sumiram e deram lugar a charmosas mesinhas, com luminárias e um drink feito de Martini para começar. Bem gostoso.




Se fosse para escolher o melhor da obra, diria que está pela atuação do Mestre de Cerimônia, muito mais que pela atriz principal, que faz "Sally Bowles", Liza Minnelli. É um pierrot demoníaco afetado, que por mais que seja tão afetado você não acredita que também é um tanto "masculino". Bissexualidade, nazismo e judeos e a dúvida pela noite ou viver um amor diria que são os temas centrais da obra.

Saí da peça apaixonado pelo espanhol que fica lindo nas músicas e diria que assistir um musical, ao vivo e em espanhol já vale a experiência...

Avenida Corrientes num sábado chuvoso faz bem.


















15.9.07

COISAS QUE NÃO SE VÊ E QUE TEMOS PREGUIÇA DE PENSAR

Eu escutei uma entrevista velha dos anos noventa com o Ney Matogrosso, que não defendia mas não deixavam os outros meterem o pau na maconha... num momento ele disse que parou de fumar porque sempre era uma repetição.

Não entendi muito bem... cabeça de loca, vai entender. Mas admiro ele.

Eu sei que quando fumo as vezes me abre os olhos para coisas e pensamentos bobos que acontecem no dia a dia, que eu de tanto fingir bem, acabo me enganando e acreditando mesmo que não são importantes detalhes . E deleto mesmo, me esqueço... Quando eu fumo eu começo a lembrar destes flashs de pensamentos que nada mais são alertas, lembretes, toques que passam pela cabeça e que dão vontade de anotar para pensar mais depois... mas que nunca faço... não tenho caneta nem em casa, vou ficar carregando por ai? bom, ainda não atingi este grau de perfeição... ou quem sabe seja essa a proposta mesmo? não anotar em lugar nenhum para não ter que pensar depois...

quem sabe um dia, se eu for correspondente da casa branca e quando ela estiver na china, leve comigo além do baseado, o caderninho com o lapis grafite?

6.9.07